Uma aventura chamada Ensino Secundário

*** Continuação do post de ontem - aqui ***

... Daí, começou aquilo que eu digo ser a escolha mais imprevisível, mas também a mais acertada (ainda que com muita coisa má a misturar) em toda a minha vida.
Era um ano de mudanças em praticamente tudo: nova rotina, nova escola, nova turma, uma nova etapa.
Entro numa turma incrívelmente incrível (negativamente): não há cá meias palavras, ou és como nós ou és diferente e não falamos para ti. Pior que isso: não tens os mesmos ideias, vamos lixar-te a vida! E assim foi: valeu-me a coragem que tenho de não me deixar influenciar só para me dar bem e seguir com a minha vida. Basicamente, em tudo tive que me desenrascar.
Adicionando a isto uma diretora de turma já com alguma idade - por volta dos sessenta e qualquer coisa - e vinda de Mirandela - nunca em toda vida tinha sido colocada tão longe. Era uma senhora muito prestável, ensinava bem, mas que a maioria da turma se aproveitou para fazer as maiores atrocidades possíveis - roubar um caderno seu, invadir o computador e alterar-lhe os powerpoints. Digamos que Economia, naquele ano, foi para esquecer. A professora bem que tentava dar matéria, mas era-lhe praticamente impossível.


E comigo? Levei durante alguns tempos com visitas dos meus colegas no intervalo, quando estava sozinha, como que se me fossem ameaçar. Ainda bem que nesse aspeto sei me defender e o melhor que fiz foi responder-lhes à medida na sala de aula - sempre tentavam colocar-me mal perante os stores - e ignorar essa cambada nos intervalos.
Confesso que muitas vezes chorei sozinha, que estive a ponto de mudar de turma - o que significava mudar de área, que a minha turma era a única da Socioeconómicas -, mas prontamente tomei o rumo de que não seria nem a turma, muito menos aquela cambada que me iria fazer desistir. Agarrei-me com unhas e dentes e segui em frente, tendo em mente os objetivos traçados.
Terminei o ano com média de 17 valores e o 11º vinha para melhorar um pouco. Digamos que as atitudes dos paspalhos continuaram, mas a Economia tínhamos uma nova professora - que também era DT -, que era mais exigente e sabia bater o pé e manter a ordem na sala.
Gostei mesmo muito daquela professora. Eu que cheguei a passar intervalos a discutir com ela sobre temas da atualidade, a esclarecer dúvidas que elas sempre dizia que eram mais que pertinentes. Até lhe cheguei a ajudar com o último módulo do ano sobre a União Europeia.
Também a relação com o professor de Geografia A - o mesmo do ano passado - foi de boa a espetacular. E eu que pensava que tinha ideiais distintos, mas que pensa tal e qual como eu em vários aspetos. E com ele também passava - juntamente com uma colega minha - intervalos a discutir vários temas.


As dificuldades a Matemática A fizeram-se sentir e pela primeira vez na minha vida tive que recorrer a explicações - e foi a prof. de Economia que me recomendou a explicadora. Lá me consegui safar com uma nota boa. E terminei o ano, já depois dos exames - que me correram muito bem - com média de 18 valores.
Vem agora o 12º ano... se consegui sobreviver a estes dois anos, acho que não será pelo terceiro que irei ficar mal.

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