Acordei com a trágica notícia de que a cidade de Bruxelas tinha sido alvo de ataques. Estes deram-se no aeroporto e na estação de Molenbeek e o número de mortos tem vindo ao aumentar com o passar das horas.
É o momento em que me sinto pequena, indefesa, com um batalhão de questões a passarem pela minha cabeça. Vejo as imagens e os vídeos e sinto um forte nó na garganta. Poderia ser eu a estar ali, a passar por aquela tragédia.
Conheço estes dois lugares. Foi neste aeroporto que entrei em Bruxelas pela primeira vez e foi naquela estação que saí um par de vezes ao visitar a cidade. O coração da Europa sempre me pareceu ser uma cidade pacata e segura. Aliás, se um dia vier a concretizar o sonho de trabalhar na Comissão Europeia, é a Bruxelas que eu irei parar, é nesta cidade tão bela que irei viver. A sua beleza tão sorridente está hoje triste, cabisbaixa e revoltada.
É triste ver que, em pleno século XXI, onde o mundo se afirma como "civilizado", ainda aconteçam atrocidades deste nível. Choca-me ver como pessoas alheias aos motivos que desencadeiam tais ataques, com famílias que os amam, acabam por pagar com a própria vida. Só inocentes é que morrem.
E agora? Agora vamos ver segurança reforçada, investigações e tudo e mais alguma coisa para encontrarem os autores e evitarem novos ataques. O mesmo aconteceu quando se deram os ataques em Paris, contudo, passados alguns meses, tudo tinha voltado ao normal.
Caímos à primeira, voltamos a cair à segunda. Dizem que não há duas sem três e, seguindo esta crença, ainda poderemos acordar novamente com uma notícia deste género. Alguma coisa mesmo "potente" terá de ser feita. Não bastam os governos ajudarem-se entre si, mostrarem condolências e anunciarem mais medidas contra o terrorismo. Em vez de anunciarem tanto, façam mais. São vidas humanas e a segurança em jogo. A classe política que se mexa, até porque o lombo deles está em jogo também.
Estamos muito crus e muito "casa roubada, trancas à porta". Antes de sermos roubados novamente, melhor que coloquemos já as trancas à porta para o assaltante não fazer das suas.
Pensei imenso antes de escrever isto tudo. Iria escrever muito mais, mas faltam-me as palavras para descrever o que vai cá dentro. Para que mundo estamos a caminhar? Estará a civilização num estado de decadência? Estaremos a entrar numa nova era?
Não sei.... só sei que nada sei perante isto tudo.